A Pilocarpina é uma solução oftálmica que provoca a contração da pupila (miose) e reduz a pressão intraocular. Sua ação inicia-se rapidamente, cerca de 10 a 30 minutos, podendo durar por 4 a 8 horas. A redução máxima da pressão intraocular ocorre em até 75 minutos após instilação, persistindo por 4 a 14 horas.
Além do uso no tratamento do glaucoma, a pilocarpina também pode ser empregada nas cirurgias onde a miose facilita passos cirúrgicos e diminuem o incomodo da intensidade da luz do microscópio..
Deve ser utilizada da seguinte forma: aplica-se 1 gota do medicamento no saco conjuntival, comprimindo-se o canal lacrimal por 1 minuto. A concentração e a frequência diária de instilações deverão ser estabelecidas pelo médico.
É importante saber que:
- A Pilocarpina provoca dificuldade na adaptação da visão noturna. Por isso, deve-se ter cuidado ao dirigir ou realizar tarefas à noite;
- Pacientes com risco de descolamento de retina devem usá-la com cautela;
- A Pilocarpina não deve ser utilizada em casos de irite (inflamação da íris) e glaucoma por bloqueio pupilar;
- Reações adversas: espasmo ciliar, irritação ocular, congestão vascular conjuntival, cefaleia, dor e vermelhidão ocular e indução de miopia, principalmente em pacientes jovens;
- Seu uso prolongado pode causar opacificação do cristalino e, mais raramente, descolamento de retina nos pacientes susceptíveis;
- A Pilocarpina não deve ser aplicada durante o uso de lentes de contato gelatinosas ou hidrofílicas, que devem ser retiradas antes da administração do colírio e recolocadas apenas 15 minutos após a aplicação.
Por: Santusa Pereira Santana
Farmacêutica
Membro e Fundadora do Grupo de Farmacêuticos Atuantes em Oftalmologia de Minas Gerais
Especialista em Engajamento de Profissionais e Pacientes para o Uso Correto de Medicamentos e Cuidados Coordenados (Redes de Atenção) em Saúde